Saudade de rio

Deitou-se a lua

no doce remanso do Vacacaí

buscando no espelho das águas

alguma lembrança,

herança de um tempo menino

que secou nos olhos

dos velhos que fisgaram sonhos

nas suas barrancas.

Meu rio, que matou a fome

de tantos viventes,

que saciou a sede,

de muitos ausentes...

me pede socorro e ainda resiste

meu rio, meu Vacacaí de tanta saudade

que acolheu nas margens

bonita cidade

agora padece, num silêncio triste...

Que bom, se eu pudesse um dia

ensinar meu filho

pescar nas suas correntezas

algum lambari...

e se as linhadas da vida

pescassem lembranças

traria de volta meu mundo criança

que as águas levaram

e pra sempre perdi.

Meu rio, meu Vacacaí

de tanta saudade...