RUPTURAS COTIDIANAS
Caminhava só naquela noite calma de lua cheia,
Seus pés eram massageados pela fina areia da praia.
Uma leve brisa acariciava seus cabelos.
Andava sem destino, sentia-se só, mas continuava a caminhar observando o céu. Como a lua estava bonita!
Logo sentia frio, vontade de voltar e se deitar em uma cama bem quentinha e adormecer acariciando os cílios, vontade de voar com os pássaros na rota da migração, queria chorar, correr sem destino.
Sentir o vento tocar com violência seu rosto molhado pelas lágrimas.
Sentia dor, uma dor desconhecida passava a dominar seu corpo e sua mente.
Queria chorar, chorar e gritar até seu peito estourar...
Mas não podia!
Sentia-se preso. Preso por algo que desconhecia.
Tinha medo.
Um medo incontrolável que dominava seu subconsciente e vedava seus olhos para o real.
Não tinha mais controle de si, e nada mais o satisfazia.
Queria sentir-se livre, pelo menos uma vez, mas não...
Não!
Queria tocar, sentir tudo a sua volta...
Vontade de correr até seu corpo não agüentar
Não podia!
Fora acorrentado, humilhado, sentia-se atormentado, sua mente e o mundo o perseguia.