RUPTURAS COTIDIANAS

Caminhava só naquela noite calma de lua cheia,

Seus pés eram massageados pela fina areia da praia.

Uma leve brisa acariciava seus cabelos.

Andava sem destino, sentia-se só, mas continuava a caminhar observando o céu. Como a lua estava bonita!

Logo sentia frio, vontade de voltar e se deitar em uma cama bem quentinha e adormecer acariciando os cílios, vontade de voar com os pássaros na rota da migração, queria chorar, correr sem destino.

Sentir o vento tocar com violência seu rosto molhado pelas lágrimas.

Sentia dor, uma dor desconhecida passava a dominar seu corpo e sua mente.

Queria chorar, chorar e gritar até seu peito estourar...

Mas não podia!

Sentia-se preso. Preso por algo que desconhecia.

Tinha medo.

Um medo incontrolável que dominava seu subconsciente e vedava seus olhos para o real.

Não tinha mais controle de si, e nada mais o satisfazia.

Queria sentir-se livre, pelo menos uma vez, mas não...

Não!

Queria tocar, sentir tudo a sua volta...

Vontade de correr até seu corpo não agüentar

Não podia!

Fora acorrentado, humilhado, sentia-se atormentado, sua mente e o mundo o perseguia.

Marcelha Leone
Enviado por Marcelha Leone em 27/04/2007
Código do texto: T466066
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