QUANDO EU MORRER
QUANDO EU MORRER
Quando eu morrer, no meu velório
Quero bastante carpideiras
Que é para dar impressão
Que fui querido a vida inteira.
Quando eu morrer, se eu não for para o céu
Quero ir para Campos de Jordão
Se for no mês de dezembro
Quero ir vestido de Papai Noel.
Quando eu morrer, nada de fita amarela
Escrita com o nome dela
Eu quero é bastante vela
Mas sem a presença dela.
Eu já sinto saudade que ainda vou ter
Daquele ente querido que não vou mais ver
Esta é a saudade mais doída
Porque a pessoa fica muito sofrida.
Quando eu morrer, mesmo que seja de infarto
Quero a presença dos anjos seráficos
Levando-me pelos braços
Até ao meu último espaço.
Na vida já chorei lágrimas de sofrimento
Mas também chorei de contentamento
Por isso da minha sorte
Eu jamais lamento.
A vida é a melhor coisa do mundo
Mas vem acoplada à morte
Ah! Se não tivesse prazo de validade
Eu curtiria eterna vaidade, a minha mocidade.
Capanema, 25 de janeiro de 2014.
Samuel Alencar da Silva