A árvore e eu

Nos vimos quando

pequenas e frágeis

sem nunca perder esse olhar.

Crecestes depressa, amiga,

sem as agitadas horas observar.

Seguro e preciso, o insistente

enquanto o tic- tac da minha vida,

enlouquecido e barulhento

não se continha em me controlar.

Enquanto meus cachos

se desfaziam e meus louros cabelos

nos ombros caíam em desalinho,

seus galhos fartos já vergavam

ramalhetes de flores vermelhas

e suas pétalas atepetavam

todo chão com carinho.

Hoje entendo esse seu delicado cuidado,

sabias quão árdua a vida era

e meu chão perfumavas,

com tuas pétalas soltas no chão

meu caminhar não sentia

a secura áspera da pisada da vida

e ias relaxando meu coração,

aliviando toda a dor

que a vida em nós opera.

Previstes a triste solidão

e de cuidados, não te retivestes.

Oferecestes teu melhor.

Hoje, expresso, minha gratidão!

fatima rosas
Enviado por fatima rosas em 27/01/2014
Reeditado em 08/02/2014
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