Poema da Chuva
Caminhei na chuva
desabafei, sorri, chorei
declamei um poema fresco
que acabara de criar,
a inspiração parecia
fluir dos meus poros,
E numa overdose de sentimentos
cuspi falsas verdades em minha cara,
torturando-me com soluções simples
para problemas quase impossíveis,
me fiz promotor, júri e juiz
de mim mesmo,
um réu sentenciando-se a perpetuidade
e confessando com corpo, alma e coração
o assassinato de si mesmo.
Caminharia para sempre
se a rua não fosse tão escura e deserta
e se meu medo não me vencesse...
mais uma vez matei-me
e me omiti dentro de mim,
talvez quem sabe
para sempre.
depereira