Nosferatu

A saudade corta feito lâmina afiada

dilacera a carne já morta pelo esquecimento,

a alma antes flor,

murcha e seca esvaindo-se em cinzas

se desfaz ao tempo lentamente...

O corpo implora o tato

o contato morto vivo,

que o faça desfigurar-se em espasmos inebriantes

e o tome pra si como um copo de veneno...

O amor renasceu e trouxe vida em mim

as incertezas e os medos

compartilham segredos,

conspiram sorrateiramente e escondem-se

na madrugada,

como vampiros que espreitam e anseiam

por mais uma artéria,

pulsando o sangue vermelho e quente

que transborda angústias e desejos...

Não me toque com suas mãos vazias

nem me olhe com teu olhar gelado,

não consuma meu corpo sem calor

nem tão pouco me engane tão facilmente,

fomos um só nesta noite, fomos um só...

depereira

De Pereira
Enviado por De Pereira em 03/02/2014
Código do texto: T4676426
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