Nosferatu
A saudade corta feito lâmina afiada
dilacera a carne já morta pelo esquecimento,
a alma antes flor,
murcha e seca esvaindo-se em cinzas
se desfaz ao tempo lentamente...
O corpo implora o tato
o contato morto vivo,
que o faça desfigurar-se em espasmos inebriantes
e o tome pra si como um copo de veneno...
O amor renasceu e trouxe vida em mim
as incertezas e os medos
compartilham segredos,
conspiram sorrateiramente e escondem-se
na madrugada,
como vampiros que espreitam e anseiam
por mais uma artéria,
pulsando o sangue vermelho e quente
que transborda angústias e desejos...
Não me toque com suas mãos vazias
nem me olhe com teu olhar gelado,
não consuma meu corpo sem calor
nem tão pouco me engane tão facilmente,
fomos um só nesta noite, fomos um só...
depereira