ME DEIXAS CAIR TEU PANO

Saudade tem cheiro e forma,

Nos instiga e incomoda,

Nos aproxima da sogra,

Nos afasta do temor,

Nos faz revelar o amor,

Quando a vontade nos sobra.

A saudade é destemida,

Nos ataca sem motivos,

Destroçando nossas vidas,

Nos prometendo o paraíso,

Depois se manda em silêncio,

Nos deixando o prejuízo.

Teu coração está pequeno,

Sem motivos aparentes,

Não dê a isto o veneno,

Dos nossos maus pensamentos,

Deixe o tempo ir passando,

E logo voltam os alentos.

Fostes farto no teu delinear,

Desfraldastes todas as dimensões,

Enfatizando as grandes aflições,

E as contendas que tens de enfrentar,

Muitas vezes precisa ate rezar,

Para afagar este sensato coração.

Sendo assim vou dar inicio,

E percorrer o teu corpo,

Quero me fazer mais solto,

Nestas minhas investidas,

Gozando dos teus prazeres,

Unificando nossas vidas.

Podes me apagar da mente,

Botar fogo em minhas vestes,

Espalhar que me detesta,

Mas não terás felicidade,

Porque a tua incapacidade,

Nunca aparou tuas arestas.

Me deixas cair teu pano,

Quero ter visão holística,

De tudo que me instiga,

Neste teu corpo delgado,

Depois de nós dois pelados,

As nossas libidos viçam.