Fragmentos

Fragmentos

Em meio de tantas espumas,

Ficamos ali juntinhos,

Num querer não querer.

De repente...

Entramos no cio,

Num louco colchão macio.

Que devo fazer?

Andava todo fagueiro,

Na serena certeza de ser,

A paixão dessa menina.

Não fossem tanto os desvios

Desse meu louco caminho

Pudera... Não poderia prever

Adivinha o quê?

Sentia-me seguro.

Mas de repente...

Pedindo-me perdão,

Puxaste o tapete,

Jogando-me no chão.

Caí no imenso vazio.

Tudo isso por quê?

Vejo-te passar toda enfeitada,

Em carruagens enganaladas.

Nas mãos de homens indóceis,

Toda brejeira,

Em passa e repassa.

Não obstante tanto gozo,

Eu te pergunto:

Tudo isto pra quê?

Hoje me pedes passagem.

Sinto teu corpo profano,

Que me era coisa sagrada.

Não sei o que faço,

Coração titubeia,

Não quero mais me envolver,

Em teares, malhas e teias.

Digam-me:

Que devo fazer?

Poeta Dos Ermos