Sem norte

E agora, mulher?

Os sonhos acabaram

Os limites estão desvalidos

As fremências, sem sentidos

As vontades estigmatizadas:

Tentativas se esgotaram...

E agora, mulher?

Se você pudesse crer

Se você quisesse gritar

Negacear; se se pusesse à prova

Agisse, olhasse, e percebesse:

Não vale a pena esmorecer!

E você, e você, agora?

Sua alegria vai embora?

Ou seu cerne exorcizará

Suas torpes desventuras?

Ergue o tronco: "erectus",

Pule tão ardiloso intento

E faça desse polimento

Indulto para seus pecados.

(Perdão! Carlos Drummond de Andrade...)

(Honrada pela interação, amigo!)

Sem norte, sem sorte, sem morte

sem vida, sem censo, sem lida

e agora o momento?

Sem rumo, sem pensamento

à espera que o tempo mude

a sonhar um sonho rude

de quem nem a esperança espera.

(F. Santos)

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 13/02/2014
Reeditado em 17/02/2014
Código do texto: T4690175
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