Sem norte
E agora, mulher?
Os sonhos acabaram
Os limites estão desvalidos
As fremências, sem sentidos
As vontades estigmatizadas:
Tentativas se esgotaram...
E agora, mulher?
Se você pudesse crer
Se você quisesse gritar
Negacear; se se pusesse à prova
Agisse, olhasse, e percebesse:
Não vale a pena esmorecer!
E você, e você, agora?
Sua alegria vai embora?
Ou seu cerne exorcizará
Suas torpes desventuras?
Ergue o tronco: "erectus",
Pule tão ardiloso intento
E faça desse polimento
Indulto para seus pecados.
(Perdão! Carlos Drummond de Andrade...)
(Honrada pela interação, amigo!)
Sem norte, sem sorte, sem morte
sem vida, sem censo, sem lida
e agora o momento?
Sem rumo, sem pensamento
à espera que o tempo mude
a sonhar um sonho rude
de quem nem a esperança espera.
(F. Santos)