PARA QUE VEJAS
Eu só sei estar inteira
nem metade, nem beira
nem aterro, desterro, ou eira.
Eu não sou EU quando não estou inteira!
Se me queres nua,
te entrego em vestes a minha alma
para que me desnudes aos poucos e me saibas de cor
Se me queres plena
te entrego as dores da minha alma
- nada silenciosa, nada serena -
para que escutes os gemidos, as cores, os risos, cicatrizes e flores. ...
Pois, tudo ali está contido. ...
Para que conheças os vidros que me esculpiram;
para que bem saibas do ar que respiro.
Bebes meu suor
saboreias meus líquidos;
sou mulher e sou inteira!
Assim me entrego; nem metade, nem beira.
Carrego no ventre a Lua
e ela ilumina a minha alma
Essa de quem te achegas,
clara, verdadeira...
mas, que ainda não podes ver.
Então, descontemplas a chama
e desconheces a calma...
te esqueces de amanhecer.
D.V.
02/13
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Dulce Valverde