O frio do inverno
De manhã cedo ou até mesmo na madrugada,
Contemplar a aurora, acordar para olhar a geada,
Água quente na chaleira, pão no forno bem quentinho,
Bebendo um chimarrão, logo cedo bem cedinho,
O sol raiando no horizonte, raios de brilho eterno,
O vento soprando bem gelado, mais uma manhã de inverno.
Ao meio-dia lenha no fogão, matando a saudade,
Nada de luxúria, de frescura, quero simplicidade,
Caviar, Foie Gras ou barriga de atum, eu não quero não,
De longe o vento traz o cheirinho de feijão.
Cheirinho este que me causa certo torpor,
É minha mãe quem prepara, o tempero é o amor.
No meio da tarde o chimarrão me aquece, ele nunca me deixa só,
E para acompanhar umas bolachas, feitas pela minha avó.
Recebo um grande amigo, com ele uma bela sugestão,
A panela com água fervendo, dentro dela pinhão.
Final de tarde e ele parte, mas eu não me sinto sozinho,
Junto dele, o sol também está partindo.
Ao entardecer olhando o sol se pôr, bem longe ele se vai,
Desaparecendo completamente, por trás do Rio Uruguai.
É hora de me recolher, tendo descansado a minha mente,
É fim de tarde, lenha no fogão e um bom banho quente,
Lá fora o vento sopra e muitas músicas ele imita,
E eu leio um livro, rabisco uns versos, logo tenho visita.
A noite chega assim bem depressa, a lua crescente como minha,
Batidas na porta, um abraço quente, chegou minha companhia.
Logo adentro a casa, para fugir desse friozinho,
Um beijo doce, um chocolate, uma boa conversa e um gole de vinho.
Agora já não importa o inverno ou outono, o verão ou primavera,
É hora de ir para a cama, e nos meus braços a mulher mais bela.