O frio do inverno

De manhã cedo ou até mesmo na madrugada,

Contemplar a aurora, acordar para olhar a geada,

Água quente na chaleira, pão no forno bem quentinho,

Bebendo um chimarrão, logo cedo bem cedinho,

O sol raiando no horizonte, raios de brilho eterno,

O vento soprando bem gelado, mais uma manhã de inverno.

Ao meio-dia lenha no fogão, matando a saudade,

Nada de luxúria, de frescura, quero simplicidade,

Caviar, Foie Gras ou barriga de atum, eu não quero não,

De longe o vento traz o cheirinho de feijão.

Cheirinho este que me causa certo torpor,

É minha mãe quem prepara, o tempero é o amor.

No meio da tarde o chimarrão me aquece, ele nunca me deixa só,

E para acompanhar umas bolachas, feitas pela minha avó.

Recebo um grande amigo, com ele uma bela sugestão,

A panela com água fervendo, dentro dela pinhão.

Final de tarde e ele parte, mas eu não me sinto sozinho,

Junto dele, o sol também está partindo.

Ao entardecer olhando o sol se pôr, bem longe ele se vai,

Desaparecendo completamente, por trás do Rio Uruguai.

É hora de me recolher, tendo descansado a minha mente,

É fim de tarde, lenha no fogão e um bom banho quente,

Lá fora o vento sopra e muitas músicas ele imita,

E eu leio um livro, rabisco uns versos, logo tenho visita.

A noite chega assim bem depressa, a lua crescente como minha,

Batidas na porta, um abraço quente, chegou minha companhia.

Logo adentro a casa, para fugir desse friozinho,

Um beijo doce, um chocolate, uma boa conversa e um gole de vinho.

Agora já não importa o inverno ou outono, o verão ou primavera,

É hora de ir para a cama, e nos meus braços a mulher mais bela.

Marcelo Biolchi
Enviado por Marcelo Biolchi em 21/02/2014
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