Clamores

Quando tomo tua face em minhas mãos
E olho em teus olhos e vejo meu reflexo,
Se neles adentro e vou em busca de teu eu,
Guiado por nossos anseios, pelos clamores,
Ouvindo distante o bater de teu coração
A pulsar isócrono ao meu no clamor do sexo,
Contido entre teus seios como se um camafeu
Que grita plangente incontido ritmo de amores.

Quando sob a placidez de tua aparência calma,
Diviso enfim o turbilhar fervente deste coração
Que, como o meu, se mantém há anos apaixonado
No aguardo deste momento único e ora eterno
Quando se fazem uníssonos em uma única alma,
E explodimos em lava fervente deste vulcão
Que se encontrava em nossos peitos aprisionado
Realização de um sonho vivido, breve e terno.

Oh, êxtase de deuses a viverem o amor ardente,
Quente, que penetra os poros, extrapola a lucidez,
Perfeito encontro do encaixe de côncavo e convexo,
Em busca da perfeição que propicia o amor pleno
De seres que se amam, que se penetram envolventes
Repletos de intenso desejo, de puro amor, de avidez,
A satisfazerem seus anseios nos caminhos do sexo,
E se encontrarem no amor cálido, num enlace sereno.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 22/02/2014
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