BELO HORIZONTE

Acordo cedo,

Vou atravessar a cidade.

Pare!

Peste atenção...

O sinal abriu,

O ônibus avança

e as pessoas se equilibram no corrimão.

Os celulares são os grilos de outrora.

Trocam de bolso a carteira,

há um rosto suspeito.

O executivo ajeita a gravata,

mendigos pedem esmolas,

vendedores abraçam com os olhos

e vagabundos segredam devaneios.

Já é noite,

Vou atravessar a cidade.

Vão acendendo as luzes dos edifícios,

Fortalezas da privacidade.

Garotas bonitas esperam nas esquinas

para colherem frutos de aventuras passageiras.

Mães aguardam seus filhos

que se lambuzam na madrugada.

A televisão confunde a nossa cabeça,

“gambés” aguardam chamadas,

homens bebem às suas frustrações,

revivendo histórias e brindado a elas.

(10/02/1997)

João dos Reis Filho
Enviado por João dos Reis Filho em 26/02/2014
Código do texto: T4706752
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