Poesias de Bolso 69 ( Verso e Cachaça )

Meu verso não é minha cachaça

Embora me entregue a noite

Vestida de sombras-presenças

A confundir o que é delírio ou sonho

Embora me caia nos olhos de neve

Em breves gotas de água ardente

Meu verso não é minha cachaça

O trote indomável de doidos cavalos

Patinando as horas sem freios

Com tintas de guache vermelha

Vermelho aguado, mas sangue

Nos becos da alma enlutada

Minha cachaça é a minha cachaça

De que mais preciso?

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 01/05/2007
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