Amando a Si Mesmo

Tristeza, amargura de vida, dor silenciosa que trava a garganta num pranto interior. Só Deus sabe...

Vontade de comprar uma carapaça para nunca mais sofrer, infelizmente não existe...

Então tomo posse do bisturi da realidade e como um hábil cirurgião, extraio o próprio coração e o coloco em minhas mãos e num surto de sobrevivência converso com o órgão pulsante e digo: Você não me dominará nunca mais, mas infelizmente, em outro momento, lá está, novamente o tolo a amar...

Como dói viver e amar dói muito mais quando se ama sozinho...

Quando se ama só, se permanece só, mesmo que se esteja cercado de pessoas...

É tempo de estar só comigo mesmo. Tempo de vivenciar o sabor de pensamentos e cuidados pessoais.

Quero namorar comigo mesmo, quero jantar a luz de velas com minha própria pessoa..

Andar de mãos dadas com minha alma a beira mar...

Desejo beijar a boca da minha auto estima...

E me perder nos braços do meu próprio ser...

Juntar os cacos de minhas virtudes, retornar das procelosas águas do outro, das outras coisas, das outras existências, das outras estradas...

Quero me olhar no espelho e enxergar a minha imagem como ela é em sua única e natural essência.

Sem misturas de outras pessoas que se foram de mim... Que tentaram furtar meu ser, minha alma de poeta... Nunca vou desistir de cuidar de mim mesmo. .. Cuidar de minha capacidade... De minha visão das coisas...

Paoloalmada
Enviado por Paoloalmada em 27/02/2014
Código do texto: T4709296
Classificação de conteúdo: seguro