GOTAS DE SONHO
GOTAS DE SONHO
Elizabeth Fonseca
Conta-gotas de ansiedade
Na idade que segue e passa
Na mistura de saudade,
No doce que a vida mexe
Na renda que o sol tece,
Volúpias em asas de seda,
Num céu feito de cristal.
Cristaliza o nosso doce
Não desliza mais em calda,
E o sonho a sós debalde
Consome-se dentro d’alma,
No mero passado que vai.
Agruras vão insistindo,
Debulhando em cristais
Gotas quiméricas sem tino,
Sufocando amargos aís.
Divinas páginas do tempo.
Apagadas, longe fenecem.
Gotas calmas de sentimento
Nas lembranças que entardece.