Ode to me

Quem sou eu

Se não um lapso de tempo

Uma janela desocupada

Sem amigo a fazer serenata

Um pó que se perde no vento

Quem sou eu

Além de um acômodo ambivalente

Um jovem insolente

Um reflexo de nada

Quem devo ser

Se não mais um

Tão igual e comum

Liquefeito quase

Ouvi ou li hoje

Em algum lugar

Que se pode pensar

Sem freios

Penso em ladeira

Descontrolada metafisica

Dá voltas e voltas parada

Como um cão que persegue o próprio rabo

Quem sou eu

Vinte minutos de qualquer coisa

O amor eterno de alguém

Frouxo e líquido

Como diz Bauman

Com olhos famintos fito

Uma vontade já passada

Quem sou

Forma antiquada

Métrica atrasada

Desinteressantes dez versos de fatalidade

Sou micro poderoso

Corrupto

Me suborno e me vendo

A lança em meu calcanhar

Foi forjada por mim

Sou um adestrador

Domestico meus monstros

Que se alimentam sem fim

Sou a infelicidade de Platão

Sei que sou.

Aquele que na presença do presente de alguém

É passado supremo, total, onisciente da própria fonte da juventude

Aquele que ali, não existiu.

Não importou.

E por fim sou aquele que sempre vai buscar

De algum forma, de algum jeito

A custas da carne, do sangue e de si,

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Eliézer Santos
Enviado por Eliézer Santos em 06/03/2014
Código do texto: T4717074
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