A estrada.

Percorre esta estrada do meu fim

e desviando intempéries do caminho,

cruza nela por tudo o que depositei:

meus loucos sonhos, minhas lembranças,

e o que restou das pobres esperanças.

Escondidos vão ficar meus pensamentos

como perdidos estão os tênues momentos.

Passa por mim em tua rota,

por sobre a história que deixei ali,

e recolhe as emoções que eu quis roubar

na fuga de ilusões nascidas só em ti.

Estou cansada de ser a minha derrota,

e nada ver no infinito do teu olhar.

Onde posso amanhecer neste meu viver,

se o sol nasceu e não raiou por nós,

e o vento soprou forte para nenhum lugar?

No céu, o horizonte tornou-se incolor e

as nuvens ao redor cobriram a tua voz.

Sou entardecer na minha própria vida,

oculta em saudades no escuro emaranhado

da noite que abrigou-se no meu ser.

Leva daqui, agora, minhas desditas

e, bem onde não me quiseste ver,

na nossa estrela que não vai brilhar,

fica com meu desejo imenso de te amar.

Ida Satte Alam Senna
Enviado por Ida Satte Alam Senna em 02/05/2007
Código do texto: T471820