FASCÍNIO
 
Sobre as areias da praia,
que o vento sopra e espalha,
eu me deito pra sentir
o delicioso fluir
da vida que pulsa, se agita
e, em mim, eu sinto, grita,
tentando se expandir.
Meu corpo, porém, limitado,
não voa, não é alado,
tem os pés presos ao chão,
sem desculpa, sem senão,
a ele estou amarrada,
totalmente acorrentada.

Quem me dera ser sereia
nas noites de lua cheia,
solfejando uma canção.
Mas poeta tem o dom
de criar o que imagina,
assim sem sair do tom,
sou mulher, não mais menina:
sou pura fascinação.


Para o belo poema "Alma Poética" de Deley

http://www.recantodasletras.com.br/poesiastranscendentais/4722270