pés de barro
mãos e pés e a vida se segura
sem alinhavos quando estufa o peito
só se vê e só pra si ensaia
seu deleite coalhado de mazelas
pedestais enfeitam seu ego
que finge brilhar no riso plástico
curtido em baldes de gelo
um deus falso com olhos incandescentes
e voz acentuadamente pálida
morre regurgitando palavras ininteligíveis
e de quebra lambido pela escória
bronze na perversa vaidade reverenciada
e barro nos pés toscos sobre o frágil chão