Ensina-me!

Ensina-me a ser forte e leve, ao mesmo tempo.

A não desmoronar feito barranco à chuva.

Nem a me solidificar feito rocha de montanha.

Ensina-me a buscar auxílio, humildemente.

E, a saber, reparar meu erro, quando houver.

A não deixar a soberba ser maior que o bem-querer.

E a caminhar sempre de mãos dadas à paz de espírito.

Sou espírito velho.

Que precisa reaprender tudo o que já houvera aprendido.

Em tempos atrás.

Trago n’alma imperfeições de outrora.

E anseios de tempos melhores.

Para tanto, necessito que me ensine.

Que me auxilia a ser grande.

E também a não esmagar quem me fizer companhia.

Ensina-me a ser companhia boa para as noites de solidão alheia.

Ou mesmo a um sorvete num fim de tarde.

A boa companhia auxilia na produção de bons fluidos.

E por falar em energias d’alma,

Faça com que eu saiba renovar as minhas.

Que eu repasse pensamentos de luz,

Mesmo quando lá fora o céu estiver em breu.

Que eu não perca o desejo de sonhar.

E que cada vez mais eu saiba apreciar o belo.

De forma doce e natural.

Sem camuflagens e adornos.

Tão somente pela contemplação.

Que eu saiba contemplar sem me contentar.

Que eu queira estar onde estiver.

Que eu busque por conta própria o que desejar saber.

Que a sabedoria e a inteligência me caminhem juntas.

E mais, em ascensão.

Que os ralados cicatrizem rápido.

Ou ao menos que não demorem tanto.

Que as pernas tenham força a caminhar.

E os braços, a abraçar os meus.

E que no fundo, bem lá no fundo,

Os torrões de felicidade estejam em meio ao açucareiro da mesa.

Ensina-me a ser feliz.

Com as pernas próprias

E o sorriso doce n’alma...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 16/03/2014
Código do texto: T4730860
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