Poema na língua dos marimbondos
não vou chamar meu poema pra fumar charuto, pôr cachaça na cachola...
amo tanto o meu semelhante que não lhe ofereceria um cigarro
nem de maconha nem de qualquer outra droga lícita ou ilícita...
longe das fórmulas, tenho minhas próprias formas de êxtase!
tomamos vinho, fazemos sexo, jogamos futebol...
preferimos a saúde e a produtividade dos caretas
às loucuras dos copiadores dos falsos revolucionários
donos de umas faces azedas sem motivo pra uma rima!
a todos respeito, aos tolos o meu direito de defesa...
perfeito seria se o filho de uma vespídea atingisse os lábios deles!
estou obrando pras criaturas tristes, nauseabundas e embosteiras...
descobri que varejeiras podem ser tão venenosas quanto vinte mil cascáveis velhas.
CARVALHO JUNIOR (Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior). Poema na língua dos marimbondos. Caxias – Maranhão: Arquivos Poéticos do Carvalho Junior, 2013.