MEUS POEMAS DIZEM
Se eu escrevo assim
Nessa inquietude ávida
Querendo liberdade,
É porque algo
Toma conta de mim.
Diria ser uma inquietude plácida...
É só um fogo
Assando versos,
Que saem quentes,
Cheios de palavras,
Traços diversos
E rimas diferentes.
Meu coração
É um canteiro de letras,
Minha mente, meditação.
Se for eu que escrevo
A posse é da natureza
E a lua me oferta um trevo,
Sabedoria e destreza.
E eu não luto.
Se for eu mesmo que escrevo,
Algo me domina!
Com minha alma, não disputo.
Esse algo me ensina
A ser reticente
Para não ser avesso,
Tonto e indecente.
Minha alma não erra.
Quem erra é minha carne,
Que esconde segredos
Em seu nodoso cerne...
Poemas escritos
Revelam nas entrelinhas
Quase segredos restritos,
Pelos quais secariam
Todas as fibras minhas...
Meus poemas
São assim mesmo.
Se eu morresse
Não morreriam;
Se estivessem a esmo
Revolveriam a messe.
Mas quem escreve
Meus poemas
Somos eu e minhas penas,
Eu e o meu deus!
WalterBRios®