Mistérios.
Se, por um instante, fico tomado
por intempestivos questionamentos
sobre os absurdos do mundo,
recolho-me aos campos,
me retiro nos prados...
Então...
Quando os ventos impetuosos
do fim da tarde
tocam-me o rosto
com seus dedos gélidos...
Quando as noturnas flores,
em luxuriosos olores,
exalam seus perfumes...
Quando a diversidade das cores,
desvanece e repousa em harmônia,
abrindo as orquestrais cortinas
daquele cósmico palco,
onde vaga-lumes executam
sua onírica e luminosa dança...
Quando, enfim, o silêncio da noite,
anuncia, tímido e incauto,
ao modo de criança,
a pureza nasciva de um novo dia...
... só aí, neste exato momento,
extenuado e trêmulo, percebo
a obscura imensidade
dos mistérios da vida.