Ode à minha terra

Entre serras nasceu portentosa

A Temerosa a fitar-lhe, insistente

Seu batismo é uma especiaria ardilosa

Mas, para tristeza de seus filhos, está decadente.

Diz a história que alguns caçadores

Que às margens do ribeirão, almoçavam

Jogavam restos de comida nos arredores

E sementes de pimenta germinavam.

Ribeirão das Pimentas ficou referência

Pra marcar, no local, novas caçadas

Homens, astuciosos e com muita paciência

Esperavam tatus, javalis e queixadas.

Para protegerem-se do sol meridiano

Ergueram casebres às suas margens

Nascendo assim um núcleo urbano

A partir dessas primeiras estalagens

Aos poucos floresceu um povoado

Que logo se transformou numa vila

Parecia um novo eldorado...

Puro engano!

Porque Ilhéus, sem dó nem piedade, aniquila.

Ali, nasci e vivi parte da minha infância

E saí pelo mundo, sem eira e nem beira...

Se hoje represento alguma importância

Orgulho-me de ti Pimenteira!

Valmari Nogueira
Enviado por Valmari Nogueira em 26/03/2014
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