Doce musa. . .
Minha doce musa faz tanto tempo
que não nos damos um ao outro,
mesmo que seja virtualmente.
Deixo para você nesse final de noite,
fragmentos de um mundo incerto,
onde as intempéries são acinzentadas.
Porém, seu corpo é meu livro em forma
de poesia virtual, onde leio e releio,
às vezes em sonhos e nem sempre real.
Num sopro de inspiração e prazer
percorro cada página como se buscasse
vida em sua vida, em seu corpo.
Sinto como se guiasse meu carro
em alta velocidade, e cada curva
reservasse-me uma surpresa.
Assim também, seu corpo e suas
curvas escondem surpresas
e histórias a serem contadas.
Margeando esse continente de curvas
tão perfeitas, sinto-me um desbravador
em águas desconhecidas.
Sou capitão num barco sem marujos,
onde o leme é página em branco
levando meu barco à deriva.