Baratas

Asas que farfalham, que rasgam o silêncio

Que acompanham o mais íntimo acalento

(Tardio e sonolento)

Onde a loucura dos sentimentos

Cria a teia de amargura, que captura

As criaturas de cor escura.

Se alimentam de minhas lamúrias, ternuras

E, com o tempo, me fazem bem por perto.

Não digo nada, apenas olho, com afeto,

Para os bons insetos, sem frescura.

Não estou querendo cura, nem ajuda.

Tua piedade, pra mim, é esmola podre.

Ficas longe e inala meus odores

Pra que não te infecte com minha fúria

Por que, com satisfação, matas

Aquilo que tá debaixo dos teus pés?

Deixa livre, então, as baratas

Para que fujam do nojo que tu és!

Thales BC
Enviado por Thales BC em 03/04/2014
Código do texto: T4755494
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