Atrás da luz

Na esquina da rua...

De repente olhando o rio,

Num maio que era abril,

Voou um carro,

Enquanto a meia idade a mulher,

Com cara de felicidade,

Falava da espera pela gravidez,

Que a surdez alheia a cegueira causam aos desavisados,

Quando se vê diante da nudez.

Na esquina da rua...

De repente mais uma vez,

Vi uma menina pousando de grávida.

Nem um minuto a mais,

Nem um minuto a menos,

Me veio bem perto uma mocinha exibindo,

Exibindo aquela barriga.

Me voltei ao tempo,

Fechei os olhos e vi,

Lá no jardim,

Entre a chuva garoa,

E a brisa selvagem,

A flor nascendo da maturidade.

No tempo de hoje...

Meu Deus,

Por que os jovens não veem o amanhã,

Como uma resposta para o hoje?...

Não cabe a mim falar,

Mas liberdade,

Liberdade, não dá o direito do ser tão irresponsável.

A vida não tem pressa de viver.

Culpam você, mas quem diz do Estado?...

Melhor mesmo é procurar ser, antes que o dia termine.