O Jardim da luz

Aos olhos do espelho,

Sem entre meios,

Sou perfeito...

Face, corpo, cor e estilo neutro.

Então saio por aí.

Ando sem leito.

Viajando nas pessoas.

Critico as ações;

Procurando desmascarar os engodos.

É claro no fundo moral ninguém é perfeito.

Quem quer ser imoral,

Que seja surreal.

Quem tem no sangue o preconceito,

Que procure entender o essencial.

Não somos obrigados,

Apesar da liberdade a ouvir ou vir,

Exposto a carne uma dor tão deseigual.

Já basta como passageiro da vida,

Ver individuos na avenida,

Se exibindo com seus carros caros de lata;

Enquanto muitos bebem e comem a fome.

Já basta ver exibicionismos medicres,

Com gargantilha de ouro;

Com seu corpo de deus e deusa Gregos,

Sua imparfia de senhores feudais,

Ou Melhor, senhores dos capitais.

Ja me basta a dor de ver esse povo caminhar sem rumo,

Já me basta as manobras a me ridicularizar o dia...

E ainda dessassossegar a fantasia de insano para,

Dizer ao mundo que sou um nada sobre as efemeridades locais.

No meio desse preconceito,

Há tanto desrespeito,

Que ainda me engano pensando na existência da Democracia plena.

Vamos ver uma flor selvagem sob a chuva,

No jardim das rosas e bromélias.

Como elas seguem a harmonia.