Ruas

Ruas

Caminhos do homem, marcas do homem.

Estradas de flores de horrores.

Palco de discórdias acobertando dores.

Tempos de paz finitos amores.

Rua minha tua.

Caminhos do homem, marcas do homem.

Morte vida.

Severina maltratada, mal vestida desnutrida.

Rua sepulcro.

Estrada que conduz ao cume.

Ao norte espreita a morte sob o manto paz fingida.

Caminhos do homem, marcas do homem.

Praças vazias cheias de medo.

Sob a luz do sol sombria.

Circundadas de ruas frias inertes.

Olhares furiosos, receosos, curiosos, inocentes.

Carentes famintos, perdidos esquecidos.

Ardentes, sol poente.

Rua minha tua.

Caminhos do homem, chagas do homem.

Margaridas pela orla regadas pelo sangue das feridas.

Palco de flores a ceifar vidas.

Ruas estradas avenidas, o que importa?

São apenas caminhos criados pelo homem em sua labuta.

Vidas perdidas não passam de meros indicadores.

Que importa o sangue às flores?

Amantino Silva 07/03/2014