Espinho de Rosa

Há um espinho de rosa cravado em teu inanimado coração, que drenou todo o sangue para fora. Teu corpo ressequido agora demonstra uma pele fina colada ao osso. Num estado cadavérico, você perambula pelo centro da cidade, onde se transforma em um aberrante show de horror.

Abusada por seus amores, acalentada por seus pesadelos, enterrada dentro da própria alma, foi enganada pela ambição que corroia sua mente, estuprando o próprio corpo.

Das feridas abertas o pus escorre, como lágrimas sem choro. E de uma fissura no meio do seu peito a pele deixa a mostra o branco do osso e o espinho da rosa torto, também já seco e sem vida.

Juliano Rossin
Enviado por Juliano Rossin em 05/09/2005
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