Mesmo que eu quisesse

Eu poderia escrever poesias tão bonitas quanto as dele...

ou talvez eu não pudesse.

Talvez eu não conseguisse falar de nada,

além de mim mesmo e de como eu me sentia.

Eu não poderia alcançar o coração de ninguém,

por que não sabia nem onde estava o meu.

E meu egoísmo era tanto,

que não podia aceitar aquela perda. Aquela derrota,

e a sua fuga tão rasteira para os braços de outro.

fingi, e resmunguei e escrevi,

minha raiva e meu recalque,

como se ninguém pudesse ver,

que ali eu era o idiota.

Me embriaguei e me privei do sono...

andei pelo meu quarto e pela casa vazia,

sem me atrever a me olhar no espelho.

Não queria ver, meus olhos,

e a minha própria miséria...

por não poder escrever poesias,

versos de amor e de saudade,

mesmo que eu quisesse.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 12/04/2014
Código do texto: T4766310
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