sentido
sigo entre duas pedras
que me estrangula, e não
me demoro, pois sei que
tenho um caminho a seguir
apertado, duro, cru, suave
descer a serra, o descampado
atravessar vales, me tornarei
escuro e claro conforme o solo
que piso, esquecerei de mim
mesmo tantas vezes, por loucura
ou cansaço, e vagarei cada vez mais
a procura do mar, e não serei a pedra
que toco, a arei que carrego,
não sei o sol que toca nas manhas e nem
a luz e as estrela que se afundarão
dentro de mim. porque sei que
não sou nada disso, sou um linha
continua que nunca se acaba,
talvez na algum destino fictício,
e minha essência é o movimento.
e é nele que me recordo...