Natureza insone
A incerteza lambe as feridas
Como a ponta da agulha
Costurando o esforço
Da fachada castigada
Ação do tempo
Ação humana
Flagelo do encontro
Das noites com os dias
A feição se prende
Rasa e vaga
Na afeição compartilhada
Em signos pelas veias
Confidentes
Testemunhas
De ecos insondáveis
Quase intermináveis
Que o papel não fixa
Arquipélagos intocáveis
Parágrafos que se consomem
Antes de encostar as margens
Atentos ao apelo do fogo
Alheios ao estorvo agressivo das fendas
Recusam o olhar impaciente das horas
Com natureza insone