Eu me exato

Eu me exato no rio riso de prata

que a lua ri pra mim

Abrindo a lata que exala frases

cobrindo o outro tosco

que me habita e faz disso um fim

A lua exala minhas notas,

cujas frases formam canção

Noticiando em exata matemática

o que é um ribombar no peito

um bater de coração

Eu me exato nessa confluência

Eu me esparso nessas latitudes,

em que profundo inversamente invade

e me revela a exotérmica força

de uma resistente necessidade

Prata de lata nos ombros me bate

Lua engravidando neurônios

de sentir o que faz um cheiro de arte

Erguer das entranhas do nada

Um poeta destemido

Que se revele e se exate.