Velhos amigos

A todos que deixaram seu brilho

nas mais nebulosas manhãs.

A todos que emprestaram sua voz

para que eu cantasse a minha convicção.

A todos os líquidos e certos olhares,

que matavam minha sede de respostas.

A todos os passos mais decididos

que junto a mim caminhavam,

sem hesitações ou medo.

A todos os seres extraordinários

que deixaram sua luz em meu caminho.

A todos que discutiam livremente

nas salas, praças, esquinas e a céu aberto…

com abusada coragem, com um destemido sorriso.

A todas essas pessoas incríveis

de quem algumas vezes discordei,

como se discorda de um verdadeiro mestre.

A todos que de fato me ensinaram a ler e escrever.

Emprestando-me seus livros,suas músicas,

seus fraternos momentos de silêncio,

que ainda ressoam, mais do que palavras.

A todos eles, eu chamo agora… Onde estão?

Sempre espero reencontrá-los por aí.

Nas mesmas ruas, esquinas e praças…

e quase os vejo saindo da multidão

repentinamente…como extraterrestres.

Trazendo suas armas secretas e poderosas

para combater a mediocridade que envenena o mundo.

Onde estão neste momento, meus velhos amigos?

Por que se perderam no mundo?

Mareluz
Enviado por Mareluz em 17/04/2014
Reeditado em 31/03/2015
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