Velhos amigos
A todos que deixaram seu brilho
nas mais nebulosas manhãs.
A todos que emprestaram sua voz
para que eu cantasse a minha convicção.
A todos os líquidos e certos olhares,
que matavam minha sede de respostas.
A todos os passos mais decididos
que junto a mim caminhavam,
sem hesitações ou medo.
A todos os seres extraordinários
que deixaram sua luz em meu caminho.
A todos que discutiam livremente
nas salas, praças, esquinas e a céu aberto…
com abusada coragem, com um destemido sorriso.
A todas essas pessoas incríveis
de quem algumas vezes discordei,
como se discorda de um verdadeiro mestre.
A todos que de fato me ensinaram a ler e escrever.
Emprestando-me seus livros,suas músicas,
seus fraternos momentos de silêncio,
que ainda ressoam, mais do que palavras.
A todos eles, eu chamo agora… Onde estão?
Sempre espero reencontrá-los por aí.
Nas mesmas ruas, esquinas e praças…
e quase os vejo saindo da multidão
repentinamente…como extraterrestres.
Trazendo suas armas secretas e poderosas
para combater a mediocridade que envenena o mundo.
Onde estão neste momento, meus velhos amigos?
Por que se perderam no mundo?