Sobre poemas e pássaros
A poesia é tão necessária quanto o amor e o ar, quanto a chuva, a aurora.
Mas o amor, o ar e a chuva e a aurora sem poesia,
seriam quase inúteis,frios.
O poemas….
Mesmo pobres, mesmo reles,
meio tolos.
Que eles não deixem de vir
Que não parem de fluir.
Mesmo tristes, sem rimas e sem graça
Algo que alguém lê esquece e passa.
Que nunca cessem.
Não que eu precise deles para comer,.
ou porque não trabalho e não tenho o que fazer.
Que eles continuem vindo do jeito que der
Que venham de mansinho, aos trancos
Venham em prosa, em versos mancos,
numa trova, num imperfeito haikai.
Uma simples nota se quer, sei lá.
Um suspiro, um olhar,
Como o barulho do vento,
ou na melancolia
de um cão latindo ao longe no meio da noite.
Mesmo sem nenhuma filosofia.
Que venham!
Não que eu precise deles para comer
Eu já tenho para o dia a dia.
Mas é que eu preciso deles para viver
Eu preciso para viver.
Viver!
Sem poesia, sem poesia
A realidade se torna demasiadamente inútil
e vazia.