DO SAGRADO

Todas as verdades postas fora de cena,

e uma dolorosa pose para revelar a luz.

Isso são músculos há muito desconhecidos,

de um humano prestes a ser inventado.

O barroco das intenções deixados de lado,

e a mínima parte de cada interpretação

se esvaindo pela ribalta sem solução.

o sagrado de cada bordado do céu

denunciado pelos acordes abafados

e se escondendo pela indiferença do véu.

Não rimar, não entender, não esperar.

uma vida passou por aqui, apressada.

Outras tantas se foram, sem, no entanto,

aliviarem a intenção de estar solitário.

Solenemente vem a indiferença,

para um palco descrito abaixo do horizonte,

naufragando junto aos trombones e navios.

Indo para longe, onde o entendimento se dissolve

e o eterno dura apenas até o primeiro bom dia.

Santíssimas noites.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 20/04/2014
Reeditado em 20/04/2014
Código do texto: T4776118
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