DO SAGRADO
Todas as verdades postas fora de cena,
e uma dolorosa pose para revelar a luz.
Isso são músculos há muito desconhecidos,
de um humano prestes a ser inventado.
O barroco das intenções deixados de lado,
e a mínima parte de cada interpretação
se esvaindo pela ribalta sem solução.
o sagrado de cada bordado do céu
denunciado pelos acordes abafados
e se escondendo pela indiferença do véu.
Não rimar, não entender, não esperar.
uma vida passou por aqui, apressada.
Outras tantas se foram, sem, no entanto,
aliviarem a intenção de estar solitário.
Solenemente vem a indiferença,
para um palco descrito abaixo do horizonte,
naufragando junto aos trombones e navios.
Indo para longe, onde o entendimento se dissolve
e o eterno dura apenas até o primeiro bom dia.
Santíssimas noites.