Memória

Havia sulcos e giros protegidos por uma camada mãe...Tão fina quanto é possível ser a proteção que se destina.

Eram memórias apagadas, ali, nas minhas mãos... Não gemiam, não sorriam, não faziam caminhos de dedos nas costas de mais ninguém.

Mórbida, passava eu pelas peças que um dia pulsavam em sinapses perfeitas... Um corpo caloso que não resistiu ao frio...

Tão esquerdo...Tão direito... As memórias têm algum lugar depois do EU?...

Do que adianta guardar para lembrar depois?... Pensei com o cérebro de alguém X em minhas mãos frias...

Larguei o tempo...Fui ao avesso...Cuidei de um sistema nervoso central que ainda pulsa em minhas veias geladas de medo do que ainda há e que eu ainda não vi...

Mas, lembrei que até o medo tem fim... Sorri baixinho... Fechei a porta...Tirei a roupa... e esqueci.

22:05