O eco das metades

O fim

Enfim

Na soma de todos os gestos

Deságua em delírios

No despontar da noite

Onde os olhos de anjos

Repousam atônitos

E estendem as asas nas palavras

Desencontradas na construção

Nasce o poema

Rouco e afoito

Quase um deslize

No reverso do sentir

Exausto

Revela os segredos da pele embriagada

Linha instável do instinto

Inquietação de profundidade

Pupilas desatentas

Na transparência do verso

O desfolhar sincero

Cingido de efemeridade

Partículas do mundo

O eco das metades...