O rosto

O rosto

vi na companhia

durante o tempo que não

desejava conhecê-la.

Convívio de interesses parecidos,

e rotina.

Desentediou-se.

Vejo olhos verdes em minha direção,

quando, distraído,

vejo os olhos verdes.

Sinto seu braço encostado no meu,

tão perto,

no balcão indireto.

É o sinal,

a oportunidade,

o sentimento que nunca senti,

por isso se torna tão forte,

puro,

inatingível.

É realmente o que esperava?

Por que mentir para si mesmo

é sempre a pior mentira?

Ria de mim.

Faça-me sentir um idiota.

Afaste-se,

de que importa?

Se amanhã será hoje,

quando vi, senti estas coisas.

Porém, se hoje for amanhã,

já previsto, tento fugir.

Não do verde

harmonizando com o azul do céu,

não da delicada pétala de flor

que pousou sobre minha mão,

mas sim do sentimento

que me vem

quando imagino que seja contra.

Na verdade, não.

Flor que luta

para sobreviver sem oxigênio

dentro de mim.

Será que a mereço?

Não quero tropeçar

na mesma pedra do caminho

que me fez tornar poeta.

Coincidências não existem.

Já mereço,

e cultivo diariamente.

Ilumina-me com o sorriso,

que desde já

é a delicada situação.

E contigo convivo.

25/12/2010

Diego L Macedo
Enviado por Diego L Macedo em 26/04/2014
Reeditado em 10/05/2020
Código do texto: T4784304
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