Breu & Inspiração

Não gosto do raiar do dia.

Fico sem inspiração.

O clarear da manhã, ao contrário da maioria, me entristece.

É um começar tudo de novo.

Um alvoroçar a alma, pelo barulho todo.

E eu sou amante do silêncio.

Da voz baixinha, do som no volume mínimo.

Para ser apreciado, suavemente.

O brotar dos raios do sol no horizonte empalidecem meu sonhar.

E eu sou toda sonhos.

Sou da imaginação navegante.

E navegar de dia definitivamente é sem graça!

Não há aquele brilho todo das estrelas a guiar o caminho dos sonhos.

Amo o fim do dia, a noite toda!

O findar de mais uma etapa...

O descanso do corpo exausto.

O fechar dos olhos, de lado, na cama.

A eterna viagem astral que a alma dá.

Sou amante das letras.

E minhas melhores intitulações se fizeram no meio da madrugada.

Em especial, com um cobertor cobrindo as pernas.

E um copo de leite gelado puro, ao lado, na escrivaninha.

Amo as músicas da madrugada.

Suaves, acalmam o coração em dias de aflição.

Fazem curativo nas feridas mal cicatrizadas.

Fazem companhia em noites de solidão.

Depressiva ou por falta de um alguém.

A noite, o findar do dia fazem um bem danado!

Revigoram e reestruturam qualquer restinho de viver.

Esmigalhado pelas horas do dia.

Pelo menos é o que eu acho, o que eu vejo.

Sinto a leveza abraçada à loucura

Toda vez que a lua vem bailar arredondada no céu.

E isso é especial.

É anormal para a maioria.

É altamente fascinante.

Para mim.

Para quem, como eu, prefere o breu da rua gelada, em compridas noites de inverno.

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 27/04/2014
Código do texto: T4784841
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