É preciso dizer.

O mundo e suas formas, a tensão. Uma sensação estreante que nunca cessa. Esse transbordar de coisas aladas esperando a manifestação do dizer.

-Eu digo!

Mas o que digo. Só o mundo diz, nas suas formas, no seu eixo, nas suas curvas, nem são curvas, nós que requeremos o ser.

-Mas o que queremos!

O doce está amargo hoje. Mas o que é doce?

Então dizem, o gosto é do mundo. Nós é queremos, dizemos e sentimos, então concluímos, -é doce.

-E o que é o doce, o que é o mundo?

Dizem que é azul, verde, quente, frio. Mas o que são todas essas coisas, no fundo, nada dizem.

-Então sentimos.

Certo! Mas o que sentimos, o doce? E quando sentimos como dizemos, é doce?.

Dizer é nosso retorno ao mundo.

Então nosso mundo é tudo e é nada, é doce e é amargo, é frio e é quente, é o contrário do que conhecemos e quando conhecemos, dizemos, é doce, quando falta, é amargo. Só o sublime doce nos salva. Mas o que é o doce?

- Se não é doce, melhor dizer, o que dizer?

Pingado
Enviado por Pingado em 27/04/2014
Reeditado em 30/04/2014
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