"Feira da vida"
Fim de feira na praça de Itapoãn.
Cá onde estou, assisto ao rebuliço.
Parece abelha dentro de um cortiço.
O povo em seu vai- e- vem, de lado a lado.
Prego o olhar num velhinho...Ele, agachado.
Cigarro a boca, rosto já sem viço.
Joga dentro de um cesto de caniço.
O resto pelo chão ainda largado...
Depois, com passo bambo, ele se afasta,
Percorrendo a via-sacra que o desgasta.
Entre moleques trêfegos, risonhos...
Assim na feira livre dessa vida.
Com o cesto da saudade comovida,
Recolherei o resto dos meus sonhos.