"Feira da vida"

Fim de feira na praça de Itapoãn.

Cá onde estou, assisto ao rebuliço.

Parece abelha dentro de um cortiço.

O povo em seu vai- e- vem, de lado a lado.

Prego o olhar num velhinho...Ele, agachado.

Cigarro a boca, rosto já sem viço.

Joga dentro de um cesto de caniço.

O resto pelo chão ainda largado...

Depois, com passo bambo, ele se afasta,

Percorrendo a via-sacra que o desgasta.

Entre moleques trêfegos, risonhos...

Assim na feira livre dessa vida.

Com o cesto da saudade comovida,

Recolherei o resto dos meus sonhos.

Anderson Barbosa
Enviado por Anderson Barbosa em 08/05/2007
Código do texto: T479034
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