Diálogo com a solidão

Boa noite solidão, como tem passado sem minha presença? Por favor entre e feche a porta, não quero que escutem nossos amassos quentes e que nos julguem pervertidos. Tenho sentido tanto tua falta que o coração chegou a se congelar, para não sangrar até se tornar cinza como os dias têm se tornado novamente.

Os arrepios agora são de frio e o sorriso não tem o mesmo brilho, a mesma força, o mesmo amor. O culpado sou eu, mas sem pretensão. Só sou culpado de ser estúpido o bastante em te machucar e me machucar, com a mesma arma com que te beijava.

O teu silêncio é corrosivo. E a nossa música agora me faz chorar de dor, de algo que não consigo conter dentro do peito, de uma saudade infinita de teu toque e de tuas palavras.

Adeus solidão. Vou atrás daquilo que me pertence, e se eu for rejeitado vou apenas me deitar e descansar pelo tempo que dura a eternidade.

Juliano Rossin
Enviado por Juliano Rossin em 08/05/2007
Reeditado em 08/05/2007
Código do texto: T479343