Sacro (as peripécias do menino que queria ser homem)

Embriagado,

cambaleio por entre as guias.

O Sol já nasceu

p’ra queimar nossos passos

e tentar iluminar o caminho de volta.

No vai-e-vem do álcool,

vou maquinando planos

e desejos,

arquitetando traquinagens

sem sentido.

Com o calor do Sol,

me sinto deus.

Deus! curve-se a mim.

Nomeio-te santo,

devoto do torto,

apóstolo do profano.

Sagrado seja

os símbolos

e sacramentos

dos hereges divinos.

Ah! lá vem...

Eu quero um copo d’água

e um anestésico intravenoso.

Cadê meu tino?

Então desatino por aí

buscando o que o álcool me trouxe

e a lucidez levou embora.

Não era eu um deus?

melão
Enviado por melão em 08/05/2007
Reeditado em 12/10/2007
Código do texto: T480135