Sacro (as peripécias do menino que queria ser homem)
Embriagado,
cambaleio por entre as guias.
O Sol já nasceu
p’ra queimar nossos passos
e tentar iluminar o caminho de volta.
No vai-e-vem do álcool,
vou maquinando planos
e desejos,
arquitetando traquinagens
sem sentido.
Com o calor do Sol,
me sinto deus.
Deus! curve-se a mim.
Nomeio-te santo,
devoto do torto,
apóstolo do profano.
Sagrado seja
os símbolos
e sacramentos
dos hereges divinos.
Ah! lá vem...
Eu quero um copo d’água
e um anestésico intravenoso.
Cadê meu tino?
Então desatino por aí
buscando o que o álcool me trouxe
e a lucidez levou embora.
Não era eu um deus?