O homem invisível ( Epitáfio para algum dia)
Epitáfio de algum dia
Rasguem minhas paginas
Se são pontiagudas e estalagmíticas demais para escalar
Meu topo não é plano
Queimem meus valores em praça pública
Mas não subjuguem minha humanidade
Joguem minhas cinzas no mar do sertão
Deixe-as queimar novamente
Sou faca, lima e corte
Agridoce
Deixe meus amores comigo
Sobrevivo deles
Ao menos na memória
Que para mim é pagina que perde a tinta embaixo d'água
Não me faça raridade ou imortal
Contento-me fazendo eu
Não quero ser mártir
Mas as cigarras morrem para serem ouvidas
Não me faço centro
Porque sei que sou redemoinho