O ciúme

É de manhã e o sol ainda bocejando no horizonte

Ilumina a nudez do teu corpo

Enchendo de luz e de vida o nosso quarto

É de manhã passei a noite ao teu lado

Tocando o teu corpo

E agora fico enciumado quando o sol o aquece

O corpo que há quinze minutos foi só meu

E agora vejo e nada faço quando o sol acaricia a tua face

É de manhã e os loucos pardais tentam cantar alguma canção em inglês

E os seus ouvidos além de ouvirem a minha voz

dividem com esses arautos do novo dia a sua atenção

É de manhã, você esquece do meu cheiro,

Trocando-me por uma xícara de café com leite

E ainda tem aquele pão com manteiga na fila para agradar as narinas.

É de manhã, há dez minutos beijava a minha boca loucamente.

Agora sou trocado por um pedaço qualquer de fruta

Que tenta ludibriar o seu paladar

É de manhã, há cinco minutos era eu anelado, desejado, cobiçado...

Agora, às 6:15h, você olha a sandália, a calça e a blusa que vai vestir.

É dia, virá a noite.

E você irá procurar os meus braços

Meus afagos, o meu conforto.

Descansando assim das labutas do dia

Que começou de manhã.

Deijair Miranda
Enviado por Deijair Miranda em 07/09/2005
Código do texto: T48305