INSÔNIA

As horas passam, arrastam-se langorosas, numa incrível lentidão!

E eu procuro o sono em que me atire,

Mergulhe fundo, com aflita sofreguidão!

Enquanto o mormaço pela noite afora, pelo meu quarto a dentro,

Estende sua garra,

Eu ouço, em plena meia-noite, um canto de cigarra...

E o suor se aflora em mim como se fora um mudo pranto.

Na casa mergulhada em silêncio,

Eu, de silêncio envolta,

Procuro e tento e luto por achar

O sono que fugiu.

Pela janela aberta, meu olhar se perde

De encontro a um céu escuro. A noite dorme!

Tudo está tão quieto e tão soturno!

Por que será que só eu não durmo?!

NEUSA RAMOS
Enviado por NEUSA RAMOS em 10/06/2014
Código do texto: T4839624
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