Distorção

Sai do foco, luz distorcida,

golpeada, atingida,

morre ofendida regando em lágrimas o que foi um dia

a imagem que reluzia sem medos ou covardia.

Perde-se em sombras, assoma-se, rende-se, dá-se por vencida.

Prostra-se subjugada por mentiras,

línguas pérfidas tiram-lhe a vida!

Renasce!

Na morte encontra sua guia.

Assume novas asas, no manto da noite se abriga, e briga...

Clama pelo sangue, combate, grita, sobrepõe-se ao destino que existiu um dia,

toma as próprias rédeas, faz-se só e na solidão só sua caminha.

São seus os gritos antes emudecidos, prostituídos pela vaidade que se erguia,

alimenta com o fruto de suas entranhas o tempo no espaço fenecido,

fere a semente que germina marcando a terra com seus passos sem vida.

Segue no vazio, brada aos ventos, fere a luz semeando lamentos,

É o fruto germinado da imagem desmistificada, desnuda do próprio momento.

Seu é o verbo, a razão, o julgamento,

o fim que acompanha a vida na morte que macula a origem do tempo.

Aisha
Enviado por Aisha em 07/09/2005
Código do texto: T48449